Ontem mesmo descobri uma contradição intrigante que faz parte de minha vida. Argus é um cão que amo muito. É um grande companheiro que tenho em casa. Argus não é um cão bravo que possa me servir como vigia. Também não possui pedigree para que possa ser exposto e premiado em concursos de cães. Argus não é bravo, nem belo. Cheguei à conclusão de que Argus é um inútil para mim. Não me serve para nada, e, no entanto, eu não consigo imaginar minha vida sem ele. Há coisas que nos são inúteis, mas mesmo assim nos são indispensáveis. Já pensou nisso? (MELO, Pe. Fábio De. Tempo de esperas, 2015, p.42, 43).