Eu, como nunca fui vista. Bobes na cabeça, chinelos franciscanos e baldes nas mãos. Naquele instante, no mesmo em que eu me imaginava assim, ocorreu-me a certeza da loucura. Procuraria o doutor Lamartine na primeira hora de atendimento da segunda-feira. Algo muito sério deveria estar acontecendo comigo. Recordei-me da loucura dos santos. Gente que se apaixonou pelos pobres e que nunca mais conseguiu reassumir a vida antiga de luxos e prazeres. Mas eu não queria isso pra mim. Uma coisa é ter o coração bom, sensível às necessidades dos mais pobres. Outra coisa é abdicar do conforto que se tem para ir arear panelas de mendigo. (MELO, Pe. Fábio De. Mulheres cheias de graça, 2015, p.31).
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